quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Comidinhas para depois do amor

Essa aqui é da série "conselhos de veterana para novatos".

Dia desses foi centenário de Vinícius de Morais e dei uma olhadinha no blog do Xico Sá, que jamais deixaria a data passar em branco. Ele fez uma lista de 10 lições de amor que o poeta nos deixou e uma delas me chamou a atenção:

Para viver um grande amor é bom compreender  que “conta ponto saber fazer coisinhas, ovos mexidos, camarões, sopinhas, molhos, filés com fritas, comidinhas para depois do amor”.

Fiquei lembrando do começo do namoro, as comidinhas que o Paulo Cesar preparava. Dois miojos (envelopinho do tempero devidamente encaminhado para o lixo), uma cebola, algumas azeitonas, duas ou três folhas de manjericão, um pouquinho de queijo e dez minutos depois um macarrãozinho charmoso e apetitoso! Omeletes, sanduíches incrementados, risotos, macarrões "de verdade" com os mais variados acompanhamentos. Até a pizza congelada ganhava um toque personalizado com cebola, pimentão, azeitona, aquele restinho de gorgonzola.

Com o tempo e a "expansão da consciência" alguns ingredientes foram deixados de lado, como o miojo (que mesmo sem o tempero não é lá a coisa mais saudável do mundo) e a pizza congelada; as comidinhas viraram "comidonas", cada vez mais elaboradas e completas, para antes e depois do amor.

Aí chegou o Joaquim e agora eu vejo como é de fundamental importância saber fazer "comidinhas para depois do amor" para viver um grande amor! Enquanto eu amamento, o Paulo Cesar cozinha. E cozinha maravilhosamente, deliciosamente. Com alguma bagunça, é verdade, mas ele se encarrega inclusive de providenciar uma ajudante do lar pra dar conta da pia no dia seguinte.

Esse tipo de coisa, aparentemente banal, é a glória para uma recém-mãe. A gente está tão empenhada em cuidar, que é vital que alguém cuide da gente (e da casa).

Portanto, moças, fica a dica: ao traçar o perfil dos candidatos a pais dos seus filhos, incluam a habilidade de fazer comidinhas para depois do amor (e vão treinando desde já!). Se o rapaz não é lá muito habilidoso, tenha paciência e deixe-o à vontade, incentive-o.

E moços, claro: façam comidinhas para depois do amor para suas amadas! Deixem de lado essa de "ela cozinha, eu lavo a louça", ou então "um dia ela cozinha, outro eu pago o jantar".

Mão na massa, pessoal! Acreditem, o treino vale a pena!



terça-feira, 22 de outubro de 2013

Receita caseira para tratar assadura

O Joaquim nunca foi de ter assadura. Conheci a pomada de calêndula da Weleda com a minha cunhada e coloquei no enxoval. A pediatra A (não vou citar nomes, rs...) recomendou pra não usar em toda troca de fralda, pra não deixar a pele "mal acostumada" (?), então a gente só usava quando via algum vermelhinho suspeito e realmente não tivemos maiores problemas.

Outros fatores ajudaram a não ter assaduras: amamentação exclusiva até 6 meses; ausência de dentes (parece que quando os dentes começam a nascer muda a acidez de xixi e cocô); fraldas de pano desde os dois meses (dizem que o gel das fraldas descartáveis "chupa" a umidade natural da pele).

Até que surgiu uma assadura mais resistente, que não foi embora só com a pomada de calêndula. A pediatra B examinou, disse que era fúngica e recomendou a pomada Dermodex Tratamento. Usamos, deu uma melhorada, mas logo voltou e ainda apareceu em dois outros lugares.

Nesse meio tempo fomos no pediatra C (sim, sou meio maluca) e ele falou que não estava mais com cara de fungo e que provavelmente a Dermodex tinha resolvido essa parte, mas acabou desencadeando uma reação alérgica - coisa típica do "remédio do homem branco". Perguntei se seria o caso de ferver as fraldas de pano, mas ele disse que não, pois estava com cara de alergia mesmo. Disse ainda que era uma assadura típica de quando o bebê começa a sentar, pois tem mais atrito nessa região.

A recomendação foi trocar o sabão de lavar as fraldas (usava o Ola pra roupas delicadas, mas ele disse que esse sabão tem dado alergia e que o melhor seria usar aquelas bolas de lavar roupa - Eco bola, pra quem não conhece. Ainda não comprei e enquanto isso estou usando o sabão de coco Urca líquido). Recomendou também deixá-lo sem fralda sempre que possível.

Fiz isso, mas não adiantou muito (pelo menos não piorou). Aí lembramos de uma receitinha que uns amigos passaram. Eles tiveram bastante problema de assadura com o filhote, tentaram várias coisas e a única que resolveu foi Maizena. Dito e feito!

A receita deles foi misturar Maizena com um pouquinho de óleo de amêndoa. Fica uma pomadinha bem gostosa e é impressionante como resolve rápido! Em dois dias já tinha quase sumido e em quatro dias tem só um pequeno vestígio!

Vale lembrar que é bom ler o rótulo do óleo de amêndoa pra ver se não tem perfume ou outra porcaria. O que temos é daqueles baratinhos que tem em qualquer farmácia. Não sei se funciona com outro óleo, mas acho que o de calêndula deve ser bom também (o da Weleda é ótimo a caríssimo...).


Homem também chora

Eu sempre me vi como mãe de menino. Como nunca tive muita paciência pra fru-frus, ficava com receio de ter uma menina e não saber lidar com os rosas, babados, princesas e cia. Bobagem, eu sei, mas, enfim, cá estou como mãe de menino.

Eu só não pensava nos desafios que a criação de menino traz. São tão óbvios quanto menina brincar de Barbie, mas eu não tinha pensado sobre o assunto até me deparar com uma cena que me entristeceu bastante.

Um menino de seis anos choraminga porque não sabe onde está o seu brinquedo - um másculo bonequinho do homem-aranha - e a mãe desdenha "olha Carol, ele tá falando que nem menininha. Fala que nem homem!", engrossando a voz nessa última parte.

Se fosse uma menina choramingando porque não sabe onde está a Poly alguém mandaria ela "falar que nem mulher"? Duvido.

Criança choramingando enche o saco mesmo. Tem hora que tudo que eles pedem é resmungando, é fazendo drama. Concordo que o adulto deva investigar o motivo da manha, deva ensinar que não precisa pedir chorando; pode até mandar um "fala direito, menin@!", mas é injusto direcionar essa educação com base em gênero.

Criança é criança. Tem suas manhas, precisa de colo, de aconchego, de dengo (e, sejamos sinceros, que adulto não precisa?).

O menino vai aprender a ser homem de acordo com os exemplos que ele tiver. Vale a pena dar o exemplo de que "homem não chora"? De que "homem não demonstra sentimento"? De que "homem tem que ser sempre durão"? Lembrando que aprender a ser homem ou aprender a ser mulher não tem a ver com a orientação sexual. Não falta homem hétero bunda mole e tenho amigos gays que são muito machos.

Se o menino é gay (ou vai ser, não sei como isso funciona...), é outra história. Se os pais e demais familiares tem medo de ter um menino gay, é outríssima história. Mas tenho claro como as águas do Tapajós que esse direcionamento não tem nada a ver com choramingos de criança e com colinho de mamãe.

Além do que, menino não tem que falar que nem homem. Menino tem que falar que nem menino, oras bolas!