quarta-feira, 27 de julho de 2011

VIII - O jogador no banco de reserva

Durante todo o meu período escolar as aulas de educação física sempre foram um tormento. Eu não tinha habilidade nenhuma e preferia ficar horas resolvendo equações ou estudando qualquer assunto do que uma única partidinha de voley.

E justamente por essa aversão esportiva eu não entendia quando via os jogadores no banco de reserva, tanto na escola quanto em grandes jogos pela televisão, ansiosos para entrar no jogo logo, olhando para o técnico e gritando mentalmente (ou verbalmente) "deixa eu jogar, deixa eu jogar!". Pra mim isso não fazia sentido. Pra que ir lá pro meio, correr, suar, correr o risco de se machucar?! Tudo o que eu queria era ficar no banco de reserva pra sempre, quietinha, torcendo pro jogo acabar logo!

O que eu não exergava é que, uma vez que você queira entrar em campo, ficar no banco é uma tortura, pois quem está no banco e quer jogar sabe que tem muito a por em prática, quer seja pela equipe, quer seja pelo seu próprio prazer em fazer o que gosta.

Na questão da maternidade eu venho ficando "no banco" há bastante tempo. Primeiro tranquila, recostada lendo uma revista, sem ligar muito pro jogo. Agora a vida de reserva começa a ficar meio tediosa e subitamente o jogo me parece mais interessante.

Só que ao mesmo tempo, eu não posso entrar assim, sem mais nem menos. O tal do técnico precisa olhar pra minha cara e dar um sinal. E quem é esse técnico? Seria a minha razão? Fico ansiosa por saber qual será o momento em que eu, conscientemente, com a autorização do "técnico", vou dizer "ok, agora eu posso engravidar".

2 comentários:

  1. Filha, desde que comecei, quase um ano atrás!!!, a escrever sobre "um assunto", vira-e-mexe você me aparece com uma matéria semelhante, dentro do mesmo tema. Agora com "o filho do Aralume" a coisa ficou gritante!Vou terminar na semana que vem.Vou sim!

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    1. Olha mãe, pra mim é mesmo difícil entender como pode demorar tanto pra "esse assunto" sair... mas confesso que estou expandindo minha compreensão e consigo enxergar melhor que algumas coisas, aparentemente banais, podem ser muito complicadas de pessoa pra pessoa.

      Elabore com calma, deixe as ideias clarearem... e uma hora sai. Estarei aqui na expectativa!

      E enquanto isso eu vou escrevendo... só não venha me falar que estou "roubando" suas ideias, rs...

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