sexta-feira, 13 de março de 2015

Escola: a volta dos que não foram

Não, eu não consegui. Depois de muita crise, muitos questionamentos, muito choro (de ambas as partes, registre-se), decidimos que não é hora do Joaquim ir pra escola. Decidimos que não é hora de voltar a trabalhar.

Apesar da intensidade da crise, a questão é muito simples:

- POR QUE o Joaquim precisaria ir pra escola?
- Pra mamãe voltar a trabalhar. (ponto - nunca teve nada a ver com "conviver com amiguinhos" ou "exercitar as habilidades motoras e cognitivas" - isso jamais me convenceria...)

- E POR QUE a mamãe precisaria voltar a trabalhar?
- Pra ganhar mais dinheiro. (no meu caso não estaria relacionado a "voltar à minha vida", porque minha vida profissional já estava uma bagunça antes do Joaquim nascer. Também não estaria relacionado a uma necessidade de realização pessoal através do trabalho, simplesmente porque esse não é o meu caso... minha relação com trabalho e com realização pessoal é muito mais complexa e cada vez mais eu tenho certeza de que esse não é o momento de resolvê-la. Esse é o momento do Joaquim! O problema é que de seis em seis meses eu acho que "acabou o momento do Joaquim" e que chegou o "meu momento". Mas logo em seguida eu percebo que não...)

Bom, se o sofrimento todo era "só" pra ganhar mais dinheiro, foi só fazer algumas contas pra ver que não precisava de sofrimento. Simples assim.

Claro que na prática não foi simples. Demorei pra formular a equação.

Depois que ela estava clara a solução não foi difícil. E não consigo não me culpar por não enxergar as coisas antes. Mesmo sabendo que a culpa não ajuda em nada... mesmo sabendo que tudo faz parte do processo...

A primeira semana sem escola foi pura celebração! Tudo fluía, tudo era leve. A sensação era que eu estava vivendo plenamente de acordo com a minha Verdade.

Na segunda semana não foi bem assim... caí novamente numa armadilha de achar que "tenho que trabalhar". Percebi um pouco tarde, mas não muito. Esse tema vai voltar. Essa questão é forte: trabalho - dinheiro - quem paga as contas - o que vale mais - quem vale mais - como as coisas são valoradas - quais os pesos e as medidas.

Sim, eu ia falar de escola...

O fato é que nada me convence que escola, em se tratando de primeira infância, pelo menos, é uma simples necessidade da família de "deixar as crianças em algum lugar". PRA QUÊ?! Tem que ser assim?! Quais as prioridades? Quem é o ser mais importante da sua vida e que lugar ele ocupa nessa lista?

Se a essa altura você está revoltado pode ser por dois motivos:
1. não compartilhamos da mesma premissa. É capaz que você ache que a escola tem outras (nobres) funções que não só a de "depósito de criança". Podemos conversar sobre isso...
2. você realmente concorda com o que eu disse, mas se vê numa teia, num beco, numa equação enigmática. Podemos conversar sobre isso também... não vou resolver seus problemas, cada um tem seu caminho, mas não é a toa que vivemos em sociedade. Podemos nos ajudar. Devemos nos ajudar...

E se você não está revoltado, se você já vive - ou está disposto a viver - esse novo paradigma, vamos conversar sobre isso!!! Ainda estou engatinhando, também preciso de ajuda!




Nenhum comentário:

Postar um comentário