sábado, 14 de maio de 2011

IV - Juntando as ferramentas

A minha personalidade exige que o planejamento esteja presente em minha vida. Na faculdade de Engenharia Florestal aprendi com o meu Professor João Batista que quem começa contando, começa errando. Explico: ele ensina métodos quantitativos e com essa frase ele quer dizer que quem simplesmente entra em uma floresta e começa a contar e medir árvores, já começou errando. Antes disso é necessário saber por que você está contando e como você vai contar, porque se você só fizer essas perguntas depois é muito provável que tenha que voltar e contar/medir tudo de novo. Isso não se aplica só para o trabalho de medir árvores...

Usando a metáfora do texto anterior, estou me preparando para uma faxina. Então preciso juntar os produtos de limpeza, os panos, os baldes, rodos, vassouras, aspirador de pó, sacolas para o lixo. Preciso checar se tem água perto. Preciso deixar alguma comida pronta pra não ter que parar tudo no meio e ir fazer o almoço (ou será que alguém vai fazer almoço pra mim?). E quando estiver tudo preparado, ainda vou colocar uma empolgante play list! Aí sim, entro no cômodo.

A faxina será tanto melhor quanto o número de faxinas que eu já tenha visto e/ou realizado, mesmo que tenha sido só como espectadora ou aprendiz.

Isso quer dizer que não vou esquecer nenhum item? Isso quer dizer que não vai acabar a luz ou a água no meio da faxina? Isso quer dizer que vou terminar na hora que eu tinha previsto? Não, não mesmo. Só quem é muito tolo acha que um bom planejamento elimina imprevistos.

Um bom planejamento deve te dar suporte para lidar com os imprevistos.

E cá estou eu, reunindo os saberes, preparando o terreno.

Outro sentimento que tive foi como se estivesse estudando pro vestibular. Eu realmente tenho me sentido assim, porque estou curtindo essas novas descobertas e sempre gostei de estudar. A fase pré vestibular foi muito legal! Eu não tinha pressão nenhuma e estaria tudo bem se passasse ou se não passasse, pois tinha todo o tempo do mundo para tentar.

Ao pensar assim imaginei que a gravidez seria o vestibular, as provas; o parto seria como o dia que você vai conferir a lista de chamada pra ver se passou; e o desenvolver extra uterino do filho uma faculdade, que pode evoluir para um mestrado, doutorado, pós doutorado, ou patinar em DPs até ser jubilado ou um pouco de cada, o que é mais provável.

Além disso, também acho que se aplica outra comparação: se você achava que estava aprendendo antes da faculdade, depois que entra você vê um mundo totalmente novo se descortinar e frequentemente seu pensamento anterior é desconstruído frente a novos conceitos e novos pensadores.

A data do vestibular não está marcada e fico imaginando o momento que eu direi "estou pronta". Sei que nunca estamos prontos, pois sempre há alguma coisa a lapidar, e esse pode ser um risco... o perfeccionismo pode fazer com que se perca o trem. E é também por isso que tenho olhado pra dentro; que tenho tentado ouvir os sons internos, pois são eles que dirão que chegou a hora.

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