Essa sensação de ser fundamental para a sobrevivência de outra pessoa pode enveredar por muitos caminhos, mas logo de cara é algo que traz um certo poder (pra não dizer "plenos poderes", rs...). Repito: na prática não é assim, existem mamadeiras e leites artificiais, existem outras pessoas pra cuidar, mas a sensação é a de que se eu não estiver aqui, ele não sobrevive. Cito novamente Winicott: O bebê não existe sozinho, ele existe com sua mãe.
E essa relação vai se consolidando conforme a amamentação progride, ainda mais se for exclusiva. Um belo dia o bebê começa a comer, mas continua mamando, pois precisa daquela mamada pra dormir, pra relaxar, pra se sentir seguro. A mãe - e só a mãe - é quem proporciona todas essas dádivas. E quando é chegada a hora da separação, por mais que a mãe queira ou precise, sob aspectos práticos ou fisiológicos, lá no fundo a mensagem é que esse bebê não precisa mais de mim. E de deusa provedora da vida ela passa a ser uma mera figurante dispensável! E ainda falamos que a criança não quer desmamar...
Sim, dramatizei, mas me diga, você que já teve que desmamar uma cria, minha sacação procede?
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