quinta-feira, 2 de maio de 2013

História da minha barriga

Como magrela que sempre fui e que pelo jeito sempre serei, a barriguinha - ou falta dela - sempre foi o meu trunfo. Não que eu ache que homem se importe com isso; é um lance "eu comigo mesma".

E foi lá pelos meus 20 anos que comecei a cultivá-la com, digamos, método e constância. Comecei a nadar, correr, andar mais de bicicleta, fazer ginástica. Nada disso pensando na barriga, mas ela que dava sempre os melhores e primeiros resultados (sem falar na satisfação e bem estar imediatos que qualquer atividade física proporciona e que sempre foram meus motivadores!).

Eis então que começo a praticar SwáSthya Yôga e ainda caio nas mãos de uma instrutora fascinada por técnicas abdominais... pronto, a barriguinha virou de vez o meu xodó :) (antes de qualquer equívoco devo dizer que barriguinha sarada - ou qualquer outra parte do corpo físico - e técnicas corporais são apenas uma ínfima parte do Yôga, um grão de areia perto de tudo que aprendi dessa filosofia maravilhosa, com essa mesma instrutora citada acima e muitos outros).


Aí fico grávida. Quase que instantaneamente a barriguinha se transforma. Fica arredondada, mais molinha. Claro que quando eu falava isso virava motivo de piada, pois só eu enxergava a "descomunal mudança". A gravidez não durou muito... 10 semanas e veio o aborto. À essa altura eu já me sentia plenamente grávida, com uma barriga "imensa" que, confesso, me incomodava um pouco e, mais uma confissão: olhar no espelho depois da curetagem e rever a minha barriguinha foi sim um carinho nesse coração tão machucado.

Dei uma parada com as atividades físicas, primeiro pra fazer repouso e depois porque queria engravidar de novo, então achei melhor cuidar da barriguinha de outra forma, com outro foco, se é que me entende.

E deu certo, fiquei grávida novamente e dessa vez foi até o final (ou quase, na verdade... se tivesse ido mesmo até o final eu não teria ganhado uma cicatriz na minha parte do corpo preferida...).

Demorei pra achar minha barriga de grávida bonita. Aquela "coisa enorme" não fazia parte de mim! E não fazia mesmo, porque gravidez é estar, não é ser. Mas fui também entendendo que o ser se manifesta de formas passageiras, estando.

Aí resolvi assumir que minha barriga era linda! Linda e perfeita, a primeira morada do meu filhote, que ficou tão aconchegadinho e protegido lá dentro.


Mas depois que ele veio morar aqui fora eu ficava numa expectativa de "quando vou ter a minha barriga de volta"?. E mais uma vez me pego querendo que o ser seja estático e entendendo que ele não é. Foi numa das muitas mamadas do Joaquim (e como elas me rendem história!), que enxerguei a nova função da minha barriga: ser colchão de nenê! Ao vê-lo ali tão confortável entendi na hora porque não combina uma barriga tanquinho :)


E mais uma vez minha barriguinha cumpre lindamente sua função e é por isso que eu a amo!

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