quinta-feira, 23 de maio de 2013

Os médicos e a verdade absoluta

Eita pessoal pra acreditar em verdade absoluta que são esses médicos! Principalmente, é claro, quando eles vem nos dizer o que fazer.

Desculpe se você é médico e não se identifica com isso... sei que não dá pra generalizar e tenho inclusive um exemplo de um médico que foge à regra. Esse médico é o Dr. Cacá, pediatra. Ele tem um blog bem bacana e nesse texto ele fala sobre a forma que ele trabalha, usando a ferramenta do aconselhamento, que é exatamente o contrário dos médicos que conheço, que já vem com verdades prontas e absolutas. Bem, infelizmente o Cacá não é o nosso médico... ele atende em São Paulo e nós moramos em Bragança...

Sendo assim, sou obrigada a desenvolver e aplicar sozinha meus instintos e sextos, sétimos e oitavos sentidos. Que bom, né? Se eu simplesmente acatasse tudo que os médicos falam, não teria essa oportunidade de crescimento!

E algo muito importante que me veio à mente esses dias é que quem conhece o bebê é quem passa mais tempo com ele. Esse ser que não fala se expressa de inúmeras formas, mas só quem está colado com ele consegue captar e decodificar esses sinais. Tenho ficado bem feliz com a minha interação com o Joaquim. Consigo diferenciar um choro de sono do choro de fome do choro de frio, percebo se ele está incomodado ou apenas entediado, identifico suas inseguranças, sei quando ele está se divertindo, vejo quando ele está tranquilo, enfim, tenho conseguido ler esses sinais.

E como eu sei que consigo? Porque atuo pra minimizar os ruins e ressaltar os bons e vejo o resultado, portanto, quem sabe o que é bom para o bebê é quem o conhece. Não é simples nem rápido, por isso que precisa passar bastante tempo com ele, ter paciência, testar e observar, repetir, mudar. Além disso, o que funcionou ontem pode não funcionar hoje. Tudo muda o tempo todo no mundo ;)

Aí vem o médico, que nem me conhece, muito menos ao meu bebê, e vomita um monte de "tem que ser assim" e, pior, "não pode fazer isso, não pode fazer aquilo". Por mim, tudo bem. Fora o tempo e o dinheiro da consulta ele não vai me causar maiores prejuízos, mas fico pensando nas mães inseguras, que sabem sim o que fazer, mas não contam com muito apoio, e de repente caem num consultório desse. Elas voltam pra casa achando que seu bebê tem um problema, achando que elas tem algum problema, quando o problema é unicamente um cidadão que não enxerga seus pacientes como seres humanos diversos e tenta aplicar a mesma regra a todos!

Eu já tinha sentido isso com outros médicos, mas com pediatra é mais forte, primeiro porque mexe com filho (ah, vem mexer com filho meu pra ver o rugido da onça!) e depois porque as orientações acabam entrando em aspectos educacionais, comportamentais, culturais, mas sem ter o cuidado de discutir e levar em consideração diferenças educacionais, comportamentais, culturais, filosóficas e cia. Eles receitam uma conduta como quem receita um remedinho pra dor! E o que me entristece é que muitas mães aceitam essas condutas como quem aceita um remedinho pra dor (o que também não deveria ser aceitado sem questionamentos, aliás... o que deve?).

No fim, tudo se resume a ampliar a consciência, a enxergar os bastidores, a mergulhar nas profundidades da alma (da própria, da do filho, da do marido, da do médico, rs...). Só assim encontraremos as nossas verdades.

Um comentário:

  1. Carol, eu cresci em cidades onde não havia pediatra. Os únicos médicos eram os clínicos gerais .. O acompanhamento do meu irmão (o meu, não lembro :) ) era feito em outra cidade, no caso não muito próxima dos confins onde morávamos. SP é mais perto de Bragança que esses fins de mundo onde morávamos era das cidades onde o pediatra atendia. Ou seja, não vale a pena mudar de médico? Acho que eu iria preferir a odisséia de ir pra outra cidade eventualmente do que ter esses dissabores com um médico de quem não gosto ... e por tabela, não confio.
    bem, só palpite, viu? de quem tá acostumada a "não ter" rs (lembra da história do neonatologista? pois é .. não tem! rss

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