sábado, 20 de julho de 2013

Cama compartilhada

Foi, mais uma vez, com a Carol que conheci esse termo e foi com a observação dessa família que resolvi não gastar dinheiro com berço.

A prática da cama compartilhada significa a família compartilhando a mesma cama, ou seja, papai, mamãe e bebê no mesmo colchão. Pra mim é tão óbvio e natural que depois que comecei a prestar atenção no assunto não consigo entender o uso de berço! Mas o fato é que cada família sabe de si e deve encontrar a melhor forma de se organizar. Eu só gostaria de dar esse relato porque acho que na maioria dos casos o pacote é comprado pronto, sem nenhuma reflexão e sem margem pra testar formas diferentes.

Existe muito preconceito e muitos medos acerca da cama compartilhada, fato que também me leva a dar pitaco sobre o assunto.

Aqui em casa, por enquanto, tem se mostrado perfeita, confortável e segura. Um dos fatores do sucesso é o tamanho da cama. Assim que fiquei grávida compramos uma cama king size! Acho isso fundamental para que todo mundo durma bem. Mas calma! Se você não tem espaço ou não quer investir em uma cama king size, existem formas de improvisar. Você pode baixar a guarda do berço, deixando-o contíguo à cama, por exemplo. Já soube de uma mãe que colocava a filhinha pra dormir dentro de uma gaveta (aberta, é claro!), pois o guarda roupa ficava quase colado na cama e não tinha espaço pra mais nada. Era bom pra família, funcionava pra eles e é isso que importa!

Agora vamos aos principais questionamentos...

Mas alguém pode rolar por cima do bebê!
Já li e já ouvi de pediatra que mãe não esmaga bebê. A mãe estará sempre alerta à posição do bebê, a não ser que tenha usado droga! (o que inclui álcool e remédios fortes, mas geralmente quem amamenta não faz isso). Já o pai não tem essa consciência toda, então é recomendado que a ordem seja: parede, bebê, mamãe e papai.

O bebê pode cair da cama!
Enquanto for pequenininho, não cai, simplesmente porque mal consegue sair do lugar, mas mesmo assim é bom dormir do lado da parede e com alguma coisa protegendo o vão que fica entre a cama e a parede. Conforme for crescendo é preciso prestar atenção nisso, montando grades de segurança ou colocando o colchão no chão.

Mas e a intimidade do casal?!
Olha, não sei quanto às outras mortais, mas a intimidade do casal já foi virado do avesso, independente de onde o bebê dorme! Cansaço, mudanças no corpo, roupas e lingeries NADA sexy e o principal: o foco é o bebê. Tudo isso já faz com que a vida sexual dê uma minguada e, sinceramente, acho que deva ser assim mesmo, pelo menos no começo (estamos entrando no quinto mês). O pai carentão que não entender isso precisa ser informado nos mínimos detalhes que tchã-rã: a vida MU-DOU. Por isso que eu acho tão importante que o projeto de ter filhos seja de ambos... De qualquer forma, com o tempo a vida sexual vai voltando e se a opção pela cama compartilhada continuar é um bom pretexto pra descobrir outros locais da casa para a "intimidade do casal" ;)

Mas até quando você vai dormir com criança na cama?!
Até quando estiver sendo bom pra todo mundo. E geralmente a própria criança pede pra ir pro quarto dela, começa a ter vontade de dormir na cama dela, etc. Não precisa ter medo de que ela não vá querer sair dali nunca mais! Afinal, as crianças crescem.

Ai, mas eu acho esquisito...
Esquisito é deixar um bebezinho recém-nascido dormindo sozinho! Esquisito é eu ficar lá abraçadinha com meu marido enquanto nosso filhote fica sozinho no berço! Esquisito é a mãe, invariavelmente cansada, ter que levantar da cama N vezes de madrugada pra amamentar! Esquisito é a mãe, invariavelmente preocupada com a cria, ter que levantar da cama N vezes de madrugada pra ver se o bebê está bem!

Ah, mas o pediatra disse que não é bom...
E ele está lá na sua casa, pra saber qual é a sua dinâmica com o bebê, o que funciona e o que não funciona? Desculpem, mas pra mim isso não é escopo de pediatra (nem de psicólogo, nem de vó, nem de vizinha).

Ah não, eu não quero.
Ok, você pensou no assunto, conheceu outras possibilidades e resolveu o que é melhor pra você e sua família. Você não deve satisfação a ninguém!

Agora dá uma olhada no nosso ninho:

Essa foi a nossa primeira versão de organização da cama. Veja que o cantinho do Juca era um colchãozinho de bordas altas. É bom pra não dar aquela aflição por estar do lado de um bebê muito pequeno e também fica mais quentinho.

Agora estamos com essa configuração, sem o colchãozinho, porque o bebê cresceu e ficou apertado.

Destaque para a manta de lã 100% natural, tricotada pela mamãe e pela vovó! Tem também um travesseirinho de painço que a vovó fez e uma almofada com a oração do Anjo da Guarda que ganhamos de uma de nossas "bruxas" ;)

Pra ler um pouco mais sobre o assunto recomendo esse texto, publicado no Blog do Cacá. É um relato de uma mãe que achava a coisa mais absurda, mas acabou testando e aprovando. Ela também cita alguns embasamentos e vantagens "formais" da prática.

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